Editorial

Responsabilidade ambiental

Qual a quantidade de resíduos que deixam de ir para lixões ao serem descartados corretamente? O que é feito desse material entregue nos Ecopontos distribuídos por Pelotas? Foi a partir dessa curiosidade que a repórter Cíntia Piegas partiu atrás de respostas para saber se estes locais estão funcionando bem e, mais ainda, se a população aderiu à ideia como se esperava. E a resposta é positiva.

Como relatado em reportagem na página 3 desta edição, os locais criados para que os moradores possam se desfazer de resíduos sólidos estão sendo bastante demandados, com uma média de meia tonelada de materiais recolhidos por mês. Diante do tamanho da população pelotense, superior a 340 mil habitantes, pode parecer pouco. Mas imagine que, sem essa opção de descarte adequado, grande parte – ou a maioria – desses itens possivelmente acabaria jogada em algum lixão ou, pior, em terrenos ou córregos. Quando pensamos nos tipos de objetos absorvidos pelos Ecopontos, então, mais relevante se torna o fato de não irem parar em locais inadequados. São eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e restos de utensílios plásticos, por exemplo. Coisas que, na natureza, levam algumas dezenas ou centenas de anos para desintegrarem. Sem contar que muitos dos compostos contidos nestes resíduos são altamente tóxicos e capazes de causar danos graves a animais, plantas, lençol freático.

Para além deste benefício direto e fundamental, há ainda outro ponto não menos importante: o fato de contribuir com cooperativas de reciclagem. Graças a isso, muitas famílias que atuam nessa área por vezes vista com olhar preconceituoso acabam tendo sua renda incrementada. Ou seja, a cidade ganha dos dois lados, na proteção ambiental e na geração de recursos a quem trabalha.

Infelizmente, no entanto, ainda é possível ver em diversos pontos de Pelotas descartes inadequados. Aqui no DP, inclusive, com frequência divulgamos imagens, flagradas por nossos repórteres ou recebidas de leitores, de itens como pedaços de móveis, televisores, galhos, restos de construção civil e tantos outros jogados nas calçadas ou em terrenos. Não raro, a uma distância de poucos metros de algum Ecoponto. Sinal de que, embora cada vez mais pessoas estejam conscientes da necessidade de contribuir para uma cidade mais limpa e um ambiente saudável, continuam existindo os irresponsáveis. Algo que tende a ficar cada vez menos frequente. A cada morador que fizer o descarte correto e propagar essa ação, mais constrangedor ficará para quem insiste em tratar a cidade com desleixo. O bom exemplo, somado ao resultado que ele gera, é o melhor meio de conscientização.​

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